(imagem do google)
O perfume das flores
entra-me pela janela dentro
sem pedir, vai ficando,
mistura-se com os cheiros da casa
tanto que sinto, quando desaparecem,
um vazio que nada preenche.
O meu olfato seletivo
fica ali quieto
à espera de receber o perfume
de uma flor que já murchou.
Do meu coração cai uma lágrima
ao contrair os olhos tristes.
Queria que a natureza fosse perene,
que o perfume das flores invadisse
para sempre o meu leito,
que as cores das flores
me inebriassem o olhar
em matizados de alegria.
Que os pássaros que pousam
no peitoril das janelas de casa
não deixassem de aparecer
para me congratular
por uma nova manhã.
Que todas esta fonte de inspiração
me pegasse na mão
para continuar a escrever
por tudo e por nada...
Célia Gil